DESINSETIZAÇÃO

Baratas

As baratas adaptam-se às mais variadas condições do meio ambiente e transmitem ao ser humano doenças como o tifo, disenteria, hepatite, alergias, a cólera, difteria, carbúnculo, tétano, tuberculose, diarreias, toxoplasmose, e outras, através dos alimentos contaminados.

Uma simples fêmea de barata pode, em um só ano, ser responsável pela proliferação de milhares de descendentes.

Os hábitos alimentares das baratas as colocam em contato direto com alimentos e utensílios de cozinha, deixando para trás um cheiro repugnante, fezes, além de uma grande variedade de organismos, tais como: bactérias, protozoários e outros, contaminando alimentos, utensílios, equipamentos, etc.

Manejo: O manejo de pragas envolve estratégias integradas de tratamento químico e não-químico, onde as técnicas de monitoramento determinam as necessidades de aplicação de inseticidas e outras medidas corretivas.

Controle ambiental: O método de controle não-químico tem um papel vital na eliminação efetiva das baratas, pois de nada adiantará fazermos uso de inseticidas se não cuidarmos das causas que propiciam a infestação e as condições ideais para a sua proliferação.

Medidas de higiene: promover limpeza rigorosa das instalações, pois um ambiente com comida, água e demais condições favoráveis para abrigo de baratas está sujeito a grandes infestações. E medidas de limpeza como: lavar o local e recolher o lixo com frequência, evitar deixar exposto restos de comida durante a noite ou durante um período muito longo, utilizar latas de lixo com tampa, manter os terrenos ao redor do local limpos, capinados e sem lixo, enfim toda e qualquer medida que elimine ou reduza a quantidade de restos de qualquer tipo de alimento.

Inspeção: manutenção de inspeção periódica a fim de assegurar-se que não está existindo infestação ou contaminação por baratas. Esta inspeção poderá ser feita mediante o uso de uma lanterna em frestas e buracos ou usando armadilhas.

Habitat: promover uma maior ventilação do local, mantendo-o sempre seco e arejado.

Barata alemã

Também chamada de baratinha (blatella germanica). São baratas pequenas, medindo de 12 a 16 mm de comprimento, de colorido amarelado, com duas faixas longitudinais castanho escuro no pronoto. Apresentam uma grande reprodução e são de difícil controle.

Fase adulta: Pode viver mais de um ano e sobreviver por cerca de um mês sem comida.

Habitat: São encontradas mais frequentemente em cozinhas e dispensas, concentrando-se em armários, balcões, pias, especialmente quando feitos de madeira. Pouco caminham e devido a isso se expõem menos ao inseticida, dificultando o seu controle, portanto a aplicação correta de inseticida torna-se fundamental.

Preferência alimentar: Comidas fermentadas, gorduras, enfim, qualquer tipo de alimento para seres humanos ou animais domésticos.

Barata americana

Também chamada de barata vermelha ou voadora (periplaneta americana). Apresenta de 30 a 40 mm de comprimento e colorido castanho escuro com bordas amarelo pálido no bordo superior do pronoto.

Fase adulta: Pode viver acima de 15 meses e voar curtas distâncias.

Habitat: Prefere locais quentes e úmidos como rede de esgotos, ralos, banheiros, caixa de gordura, etc. Esta espécie, devido ao fato de ser maior e caminhar mais, fica mais exposta aos inseticidas.

Preferência alimentar: Matéria orgânica em decomposição, papéis, amido, doces, roupas, etc.

Moscas

Moscas não são só uma amolação, mas um problema econômico e de saúde pública, já que são um importante vetor de agentes causadores de doenças, como vírus, bactérias, ovos de parasitas nocivos tanto aos animais domésticos quanto ao homem.

Prejuízos e transmissão de doenças: A mosca participa na disseminação de ovos de vários vermes e microrganismos, parasitas do homem e dos animais, como disenterias, cólera, poliomielite, tuberculose, verminoses, difteria, etc.

As moscas servem como hospedeiro intermediário obrigatório no ciclo evolutivo de certas tênias de galinhas e para as espécies de Habronema, responsáveis pelas “feridas de verão ou esponja” dos equinos. Bem como outras doenças infecciosas como a febre tifoide, o paratifo, a disenteria bacilar, o carbúnculo hemático, a mastite bovina, Salmonelas e a conjuntivite.

Nos suínos transmite Paratifo, Erisipela, Diarréias, Encefalomielite, Peste Suma Clássica, e outras, além do incomodo aos animais diminuindo produtividade.

Ciclo de vida

Fase adulta – Vive de 4 a 7 semanas

Reprodução- 500 a 1000 ovos/fêmea

Ovo – larva – 12 horas

Larva – pupa – 3 estágios (4 dias)

Pupa – adulta – 5 a 6 dias

Cupins

Os cupins invadem casas e edifícios através de rachaduras, redes hidráulica e elétrica, devorando móveis, assoalhos, livros, capas de cabos elétricos, etc. Quando o morador detecta o problema, significa que a infestação já atingiu graus alarmantes, não adiantando uma aplicação superficial, pois não iria eliminar o restante da colônia, apenas alguns operários.

Os cupins são um caso à parte. A exemplo das formigas, eles são organizados socialmente e cada integrante possui função específica na colônia. E então não há peça de madeira, celulose ou derivado que escape. Não poupam nem mesmo a construção civil, vão esburacando e destruindo móveis, rodapés, livros, documentos, molduras, vigamento de telhados e até revestimento termoplástico de cabos elétricos.

Cupins de madeira e subterrâneo

Ambos se alimentam de celulose. Enquanto os primeiros vivem na madeira, os subterrâneos precisam deslocar seus operários até a madeira a fim de conseguirem alimentos para o sustento da colônia.

Pulgas

As pulgas transmitem a peste bubônica e o tifo, contudo, representam um problema para os seres humanos não só pelo seu potencial transmissor de doenças, mas também pelo terrível incômodo que podem causar. As pulgas dos cães e gatos podem literalmente infernizar a vida de um pobre mortal!

Há cerca de 2.000 espécies de pulgas, em todo o globo, parasitando em diferentes animais.

Cuidado com estes parasitas: As pulgas ocupam um lugar destacado como transmissoras de enfermidades, mantendo constantes preocupações à Saúde Pública. Causam alergias, irritações e doenças contagiosas. Vivem parasitamente em animais domésticos, gado, roedores e morcegos e se reproduzem entre seus pelos ou colocando ovos em lugares sujos ou empoeirados das casas. As pulgas de ratos doentes são muito perigosas ao abandonarem seus primeiros hospedeiros e passarem a picar animais domésticos e os próprios seres humanos, transmitindo-lhes doenças.

Escorpiões

Muitos acidentes por envenenamento são provocados pelos escorpiões. Cerca de 116 gêneros de escorpiões já foram identificados no mundo, os quais subdividem-se em cerca de 1.500 espécies. Embora sejam venenosos e peçonhentos, nem todas as espécies representam riscos à saúde pública. A picada é muito dolorida, realizada através do ferrão que se localiza em sua extremidade final.

Os escorpiões habitam áreas de clima quente, nas zonas tropicais e subtropicais, além de regiões áridas com muito pedregulho, que proporcionam esconderijo e proteção. Seu alimento preferido são as baratas, mas os grilos e as aranhas também são apreciados. Preferem caçar seu alimento do que recebê-lo morto, mas possuem uma particularidade importante: podem viver até um ano sem se alimentar. Desta forma, adaptam-se facilmente ‘as condições adversas e conseguem sobreviver em esgotos, entulhos, pilhas de madeiras, de tijolos ou de telhas, cemitérios, abrigos nos domicílios, caixas de fiação elétrica, conduítes entre outros.

Os escorpiões apresentam uma longevidade que varia entre três e quatro anos, período durante o qual geram de 15 a 30 filhotes. O Tityus serrulatus, o conhecido escorpião amarelo, se reproduz por partenogênese (não necessita do macho para procriar).

O veneno do escorpião pode matar crianças e idosos que estiverem com a saúde debilitada e o tratamento deve ser feito com soro anti-escorpiônico. No Brasil, existem três espécies de maior importância: Tityus serrulatus (o escorpião amarelo), Tityus bahienses e Tityus stigmurus.

Como possuem hábitos noturnos são mais facilmente observados à noite e, para localizá-los, a melhor maneira é fazer uso de uma lanterna de luz ultravioleta, que se reflete nos escorpiões e os torna visíveis, facilitando sua perseguição e captura.

Como fazer a prevenção: Use luvas sempre que for manusear restos de madeiras, telhas, entulhos e outros materiais deixados ao relento por muito tempo, para evitar acidentes.

Procure manter sempre limpos e livres de mato os terrenos, quintais e áreas próximas às casas, evitando o acúmulo de detritos, que servem de esconderijo aos escorpiões. Os móveis encostados na parede também servem de abrigo.

Os escorpiões conseguem subir em superfícies rugosas, porém não conseguem subir em superfícies lisas.

Devido ao fato de se alimentar de baratas e outros insetos, a presença desses no ambiente os atrai. Locais livres desses insetos são menos sujeitos a incidência de escorpiões.

A informação sobre esta praga é a melhor maneira de evitar acidentes. Assim, a população deve ser informada e treinada a respeito dos riscos e perigos representados pelos escorpiões.

As frestas e buracos, que podem servir de esconderijo, devem ser vedados. Outra medida simples, porém importante, é olhar no interior dos sapatos antes de calçá-los, já que são ótimos esconderijos para escorpiões.

Formigas

São os insetos mais numerosos do planeta e podem dar muito trabalho.

As formigas estão entre os insetos de maior sucesso e como os cupins, são insetos sociais. No entanto, as formigas evoluíram o comportamento social separadamente dos cupins, não havendo relação entre estes dois grupos. Elas pertencem à Ordem Hymenoptera, mesmo grupo de insetos a que fazem parte as vespas e abelhas.

As espécies de formigas que possuem hábito urbano apresentam características que as diferenciam de outras espécies. São elas: grande preferência por novas áreas, quando são perturbadas; apresentam tendência em mudar constantemente o ninho e lutar para ocupar novas áreas; a colônia pode mudar como um todo ou apenas uma parte. As operárias apresentam tamanho muito reduzido, facilitando a ocupação de locais estratégicos.

As colônias das formigas podem variar de dezenas de milhares de indivíduos, dependendo da espécie. Nestas colônias, que se estabelecem em ninhos, são encontradas crias (ovos, larvas e pupas), operárias, rainha(s) fecundada(s), fêmeas e machos alados (nas épocas reprodutivas). Existe um sistema de castas para a divisão de trabalho entre as formas adultas.

As formigas apresentam metamorfose completa, composta por quatro estágios: ovo, larva, pupa e adultos. Os ovos variam em forma e tamanho de acordo com a espécie, mas, normalmente, são bem pequenos. As larvas são de coloração branco leitosa.

As formigas operárias são identificadas por apresentarem um par de antenas do tipo geniculado (em forma de cotovelo), cujo primeiro segmento, mais próximo da cabeça, é maior que os demais segmentos. Este primeiro segmento é denominado escapo. Apresentam também uma cintura que pode ter um ou dois segmentos, também chamados de nós.

Muitas espécies de formigas nidificam no chão, troncos caídos e árvores, enquanto outras fazem seus ninhos em batentes de portas e janelas, rachaduras de paredes, atrás de azulejos, sob calçadas, forros de residências e até mesmo dentro de móveis e aparelhos eletrônicos. Quando as formigas nidificam em estruturas de madeira, seu dano é geralmente muito menor do que o dos cupins, pois elas não se alimentam da madeira porque não têm capacidade de digerir a celulose.

Os ninhos protegem consideravelmente as formigas contra seus inimigos naturais, dão alguma proteção contra variações extremas de temperatura e, normalmente, ficam próximos a fontes de alimento, água e outros recursos. Os aparelhos eletrônicos são extremamente atraentes para as formigas, pois são quentes escuros. No entanto, quando as formigas fazem seus ninhos nestes aparelhos podem ocorrer alguns danos, pois seus dejetos corroem os equipamentos e provocam curto-circuito.

Algumas espécies de formigas alimentam-se de uma grande variedade de itens alimentares, que podem variar significativamente de acordo com as necessidades da colônia. Nos períodos de alta produção de ovos as operárias procuram alimentos ricos em proteína para levar para a(s) rainha(s). Em outras épocas elas procuram mais glicose ou óleo para suas próprias necessidades energéticas ou para o crescimento das larvas. Os adultos são incapazes de digerir alimento sólido, ingerindo apenas líquidos. O alimento trazido pelas operárias é passado de boca a boca, por um processo chamado trofalaxia.

Desta forma, o alimento pode ser passado de operária para operária, operária para larva, larva para operária e operária para rainha(s). A transferência de alimento ou fluxo alimentar é sempre direcionado para as larvas. Por causa deste fluxo alimentar, a utilização de iscas que incluem inseticidas não repelentes e de baixa concentração, com uma formulação alimentar atrativa, é bastante efetiva.

As formigas mais comumente encontradas nas áreas urbanas do Brasil, por ordem de importância, são: formiga fantasma (Tapinoma melanocephalum), formiga-louca (Paratrechina longicornis), formiga carpinteira (Camponotus spp.), formiga lava-pés (Solenopsis spp.), formiga cabeçuda (Pheidole spp.), formiga argentina (Linepíthema humile), formiga do faraó (Monomorium pharaonis), formiga acrobática (Crematogaster spp.) e a pequena formiga lava-pés (Wasmannia auropunctata).

Um controle efetivo de formigas depende de alguns critérios básicos. O primeiro deles é a correta identificação da espécie, a segunda é o nível de infestação e as prováveis localizações dos ninhos. Assim, uma inspeção deve ser realizada para a determinação das espécies e se possível, para todas as localizações dos ninhos. Um monitoramento pode ser realizado com iscas atrativas de mel e insetos frescos ou sardinha.

Mosquitos

São muitos os tipos de mosquitos e as doenças transmitidas por eles. Entre os grupos de animais existentes na terra, o maior é o dos insetos, sendo que alguns como os mosquitos são transmissores de doenças como Encefalite, Filariose e outras arboviroses importantes. Assim, seu controle é de extrema importância. Existem muitas espécies de mosquitos, mas o gênero Culex predomina principalmente nas áreas urbanas. Esses mosquitos criam-se em valas de esgotos, águas poluídas de córregos, cemitérios, rios, águas paradas ricas em matéria orgânica em decomposição – locais que se apresentam com muitos detritos e mau cheiro.

Mais conhecidos como pernilongos, muriçocas ou carapanãs, os mosquitos pertencem à Família Culicidae.

Ciclo biológico do mosquito: Seu ciclo biológico compreende as fases: ovo, quatro estágios larvais, pupa e adulto.